segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Santo e a Porca


· Autor: Ariano Suassuna
· Páginas: 153
· Editora: José Olympio

Acho que a encenação da peça teatral seria legal. Já a leitura, não posso dizer o mesmo!

A história é dividida em Três atos. Meu histórico de Leitura, respectivamente: Não gostei, gostei, não gostei definitivamente.


 Euricao, o protagonista, é devoto de Santo Antônio e tem uma porca de madeira (“cofre”), “cheia” de dinheiro. Ele, porém, esconde essa porca de todo mundo, até de sua filha Margarida. E faz de tudo para que ninguém a descubra. Euricao é avarento e acha que Santo Antônio pode proteger seu lar e sua porca de madeira onde está o seu dinheiro.
Eudoro Vicente manda uma carta a Euricao dizendo que lhe pedirá o seu bem mais precioso. Imediatamente, Euricao interpreta esse “bem mais precioso” como sendo: dinheiro. Achando que Eudoro vai lhe pedir dinheiro emprestado, ele fica preocupado. E começa a dizer: "Ai a crise, ai a carestia". (Ele repete essa frase varias vezes). Como é muito avarento, não quer emprestar, e não quer que ninguém descubra o dinheiro que está guardado dentro da sua porca de madeira.
A verdade é que, Eudoro não quer pedir dinheiro emprestado. Quando ele diz “o bem mais precioso” ele está se referindo a Margarida, filha de Euricao. Eudoro quer pedir a Euricao, Margariada em casamento. Só que Euricao entende tudo errado.

Pontos positivos: Achei genial e criativa a parte em que acontece vários mal entendidos sobre o casamento. Fulano quer casar com ciclana, e Beltrana acha que fulano não gosta de Ciclana, e, sim dela mesma, sendo que fulano não gosta de Beltrana e etc... Viu a confusão? Achei uma idéia genial de Suassuna, e ótima a forma dele escrever, de modo que não confunde a cabeça do Leitor. Fulano, Ciclana e Beltrano. Esses nomes não existem na história, eu coloquei assim, só para dar a ideia da confusão, mal entendido no qual os personagens da história se encontravam.

Pontos negativos: Achei muito exagerada a avareza de Euricao, e o apego que ele tem pela porca de madeira onde está guardado o seu dinheiro. Outro exagero, é a devoção que Euricao tem pelo Santo Antônio. Dá para logo notar esses exageros pela seguinte frase (pode até dizer bordão): “Ai a crise, ai a carestia! Santo Antônio me proteja”, que aparece o tempo todo na história; o que eu detestei.

Acho que se eu assistisse a peça teatral, acharia legal, e, para ela, daria três estrelas. Mas, quanto à leitura do livro (no geral), sinceramente, não gostei!

Um Apólogo

     · Autor: Machado de Assis
· Páginas: 31
     ·  Editora: DCL Difusão Cultural do Livro

Apólogo é uma narrativa curta, de fundo moral onde os protagonistas são seres inanimados. É parecida com a fábula, a diferença é que, na fábula os protagonistas são animais e no apólogo são seres inanimados.

“Um Apólogo” de Machado de Assis trata-se de uma discussão entre a Agulha e a Linha, onde uma se diz melhor do que a outra. No final da narrativa você saberá quem levou a melhor.

Você já serviu de agulha para muita linha ordinária? Ops! Antes de responder, leia a narrativa "Um apólogo"

Leitura recomendadíssima .

Comecinho da narrativa:
"Era uma vez uma agulha, que disse a um novelo de linha:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...

sábado, 29 de outubro de 2011

Trecho do livro Sangue de tinta, Coração de tinta e alguns comentários que eu fiz no final do post

"Os amigos antigos, porém, os amigos que Meggie já tivera antes de se mudar para casa de Elinor, continuavam a morar no baú e , quando ela abria a pesada tampa, era como se vozes quase esquecidas viessem ao seu encontro, como se rostos familiares olhassem para ela. Como estavam desgastados, lidos e relidos... “Não é estranho como um livro fica mais grosso depois de ser lido varias vezes?”, perguntara Mo quando, no último aniversário de Meggie, mais uma vez haviam visto juntos todos os seus velhos conhecidos. “como se a cada vez ficasse algo grudado entre suas páginas. Sensações, pensamentos, ruídos, cheiros... E então quando folheia novamente o livro depois de muitos anos, você descobre a si mesmo ali, um pouco mais novo, um pouco diferente, como se o livro tivesse grudado você, como uma flor prensada, estranha e familiar ao mesmo tempo”. Um pouco mais novo, sim. Meggie pegou um dos livros que estavam por cima e começou a folheá-lo. Ela o lera pelo menos uma dúzia de vezes. Ali estava a cena que ela mais gostava quando ela tinha oito anos, e aquela outra ela havia sublinhado quando tinha dez, com um lápis vermelho, pois achara muito linda. Ela passou o dedo sobre as linhas tortas – naquela época não havia Resa, Elinor, Darius, apenas Mo... Não havia saudades de fadas azuis, Lembranças de um rosto marcado por cicatrizes, uma marta com chifres e um garoto que andava o tempo todo descalço, nem Basta e sua navalha. Uma outra Meggie lera o livro, uma Meggie tão diferente...E ela ficaria entre as suas páginas, guardada com um suvenir.
Com um suspiro, Meggie fechou o livro novamente e o pôs de volta com os outros."

Cornelia Funke, Sangue de tinta

Hoje, fiquei a madrugada lendo as sessenta páginas que faltavam do livro Sangue de tinta, acabei de ler. Gostei muito da história!
E...Dedo Empoeirado? Conseguirá voltar? Tenho quase a certeza que sim! Espero encontrar ele no livro Morte de tinta, pois, é um dos meus personagens favoritos!
Provavelmente, vou ler Morte de tinta ("último" volume da série) só no final de dezembro ou em janeiro (férias). Coloquei a palavra último entre aspas, porque, li no site da Cornelia Funke, que: talvez algum outro dia ela escreva uma continuação para Morte de tinta (tomara que sim).
"Alguns livros devem ser degustados,
Outros são devorados,
Apenas poucos são mastigados
E digeridos totalmente
”.

 Cornelia Funke, Coração de tinta

Os Livros da Trilogia mundo de tinta devem ser mastigados, bem devagar, para aproveitar cada palavra que eles oferecem, e assim, poder imaginar aquele mundo, que é cheio de fantasias (fadas, ninfas, árvores que sussurram, homenzinhos de vidro e etc.).

Recomendo a Leitura!
Leia com calma e aproveite. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Samantha Sweet, executiva do Lar





Livro: Samantha Sweet, executiva do Lar
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Record
Páginas: 512

 Muitas páginas para pouca "história"!

Samantha Sweet é uma advogada workaholic, que trabalha no escritório da Carter Spink, mas o seu sonho é ser sócia de lá. Para isso, trabalha dias e noites. Folgas? Esquece, Samantha não tem.

Devido ser muito competente, Samantha consegue o cargo de sócia. Mas logo no dia em que ela consegue; descobre na bagunça de sua mesa (sim, a mesa da Sweet é bagunçada. Ela não tem tempo para arrumar) um memorando dizendo para registrar o empréstimo de cinquenta milhões de libras que o Third Union Banck emprestou a Glazerbrooks. Porém, Sweet não registrou esse empréstimo multimilionário. Pois, Quando ela viu, já tinha passado cinco semanas do prazo de validade para registra-lo. Isso é um problema. Pois, se não tem registro, não tem seguro. Então, se a Glazerbrooks falisse, o Third Union Banck iria para o final da lista dos credores, e, provavelmente acabaria sem nada $$.
Esse é praticamente o erro mais elementar que um advogado pode cometer! E Samantha cometeu! Então ela sai do trabalho aos prantos sem avisar a ninguém e entra em qualquer trem. Ela vai parar em um lugar, que não conhece, fora da cidade. Algum lugar do interior, onde tem vários campos, árvores e etc. Lá, ela consegue, por um acaso, um emprego de empregada doméstica. Empreg... Isso mesmo, Sweet deixa de trabalhar como advogada e começa a trabalhar como empregada doméstica.
Sweet é uma negação nessa área. Não sabe fazer comida, não sabe passar roupa, enfim, não sabe fazer nada. Mas sempre vai dando jeitinhos para permanecer no trabalho. Exemplo: Comprar comida e falar para a patroa que foi ela quem fez. Mas ao passar do tempo ela aprende a fazer os serviços domésticos com uma mulher chamada Iris. (Tinha que aprender, pois não seria tão fácil ficar enganando a patroa).

A partir daí, achei que a história não fluiu bem, pois a cada página do livro que lia, era sobre a Samantha aprendendo ou tentando cozinhar, fazer café da manhã, passar roupas e etc. A maior parte da história fica nisso. O que não me agradou.

Bem no final da história, Samantha começa a bisbilhotar coisas no Google sobre o seu trabalho, e assim, acaba achando que tudo isso poderia ter sido armado, e não um erro dela. Então descobre o que realmente foi que aconteceu. E claro, tenta resolver o mal entendido.

Ha! Na história também tem um romancezinho entre Samantha e um Jardineiro chamado Nathaniel. Que é UMA DAS influências na decisão final da Sweet sobre a carreira na Carter Spink, no final do livro.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Trecho do livro Sangue de tinta

" — O poema que o senhor trouxe ontem — disse Balbulus com voz entediada enquanto se debruçava novamente sobre o seu trabalho — era bom. O senhor deveria escrever mais vezes coisas desse tipo, mas sei que prefere criar histórias para crianças ou canções para o Povo Colorido. Por quê? Para que o vento cante as suas palavras? Palavras falada não vivem muito mais do que um inseto! Apenas a palavra escrita vive para sempre.

— Para sempre? — Fenóglio pronunciou essa palavra com se não huvesse nada mais ridículo no mundo. — Nada dura para sempre. E nada melhor pode acontecer às palavras do que serem cantadas por um saltimbanco! Sim, é verdade, elas se alteram quando isso acontece, a cada vez são cantadas de uma maneira diferente, mas isso não é maravilhoso? Uma história que sempre está com roupa nova quando se volta a ouvi-la, existe algo melhor? Uma história que cresce e dá flores como algo vivo! Veja, por outro lado, as que estão impressas nos livros... Bem, talvez vivam mais, porém apenas respiram quando alguém abre o livro. Elas são som prensado entre as folhas de papel, e somente uma voz as desperta novamente para a vida! Então soltam faíscas, Balbulus! Elas se tornam livres como pássaros e saem voando pelo mundo. Sim. Talvez você tenha razão, o papel as torna imortais."

(Sangue de tinta – Cornellia Funke – editora Cia. Das Letras.)
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