· Autor: Machado de Assis
· Páginas: 31
· Páginas: 31
· Editora: DCL Difusão Cultural do Livro
Apólogo é uma narrativa curta, de fundo moral onde os protagonistas são seres inanimados. É parecida com a fábula, a diferença é que, na fábula os protagonistas são animais e no apólogo são seres inanimados.
“Um Apólogo” de Machado de Assis trata-se de uma discussão entre a Agulha e a Linha, onde uma se diz melhor do que a outra. No final da narrativa você saberá quem levou a melhor.
Você já serviu de agulha para muita linha ordinária? Ops! Antes de responder, leia a narrativa "Um apólogo"
Leitura recomendadíssima .
Comecinho da narrativa:
— Por que está você com esse ar, toda cheia de si, toda enrolada, para fingir que vale alguma coisa neste mundo?
— Deixe-me, senhora.
— Que a deixe? Que a deixe, por quê? Porque lhe digo que está com um ar insuportável? Repito que sim, e falarei sempre que me der na cabeça.
— Que cabeça, senhora? A senhora não é alfinete, é agulha. Agulha não tem cabeça. Que lhe importa o meu ar? Cada qual tem o ar que Deus lhe deu. Importe-se com a sua vida e deixe a dos outros.
— Mas você é orgulhosa.
— Decerto que sou.
— Mas por quê?
— É boa! Porque coso. Então os vestidos e enfeites de nossa ama, quem é que os cose, senão eu?
— Você? Esta agora é melhor. Você é que os cose? Você ignora que quem os cose sou eu e muito eu?
— Você fura o pano, nada mais; eu é que coso, prendo um pedaço ao outro, dou feição aos babados...
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